Entre os problemas ortopédicos mais comuns entre atletas, principalmente praticantes de esportes de raquete, está a Epicondilite Lateral. Popularmente conhecida como “cotovelo de tenista”, essa lesão afeta não apenas profissionais como Roger Federer, mas também pessoas que realizam atividades repetitivas com os braços. Por sua frequência, é importante conhecer seus sintomas, fatores de risco e como agir para buscar uma recuperação eficiente.

A Epicondilite Lateral decorre da sobrecarga dos tendões responsáveis pela extensão do punho e dedos. Movimentos repetidos e força excessiva podem desencadear pequenas lesões nesses tendões, levando à dor e sensibilidade fora do cotovelo. Apesar do nome, o cotovelo de tenista não é exclusivo do tênis, podendo surgir em trabalhadores, praticantes de musculação e até tarefas domésticas.

O que é a Epicondilite Lateral?

A Epicondilite Lateral consiste em uma inflamação dos tendões que se fixam na região lateral do cotovelo, chamada epicôndilo lateral do úmero. Essa condição ocorre quando atividades repetidas, como segurar raquetes, ferramentas ou objetos, provocam microlesões e inflamação. O quadro resulta em sensação dolorosa, formigamento e inclusive dificuldade para fazer movimentos simples, como apertar a mão ou carregar sacolas.

Epicondilite Lateral – Créditos: depositphotos.com / VitalikRadko

Como identificar os sintomas?

Identificar o cotovelo de tenista nem sempre é simples, pois os sintomas podem variar de acordo com a gravidade da lesão. Os principais sinais são:

  • Dor na parte externa do cotovelo que pode irradiar para o antebraço;
  • Dificuldade para segurar objetos ou realizar movimentos de rotação do braço;
  • Sensação de fraqueza na mão afetada;
  • Desconforto ao apertar a mão ou girar maçanetas.

Caso esses sintomas estejam presentes, é recomendado procurar um médico ortopedista para avaliação e diagnóstico adequado, principalmente se a dor persistir por mais de duas semanas ou interferir nas atividades do dia a dia.

Quais as causas e fatores de risco para o cotovelo de tenista?

As principais causas da Epicondilite Lateral estão relacionadas a movimentos repetitivos e esforço sobre a musculatura do antebraço. Jogadores profissionais como Federer desenvolvem o problema devido à exigência constante e aos impactos repetidos no tênis. No entanto, a lesão também pode acometer:

  1. Trabalhadores que utilizam chaves, martelos ou parafusadeiras;
  2. Praticantes de musculação com técnica inadequada;
  3. Pessoas que carregam sacolas ou fazem tarefas domésticas com frequência;
  4. Idade acima de 40 anos, devido à menor elasticidade dos tendões.

Os fatores de risco aumentam se houver falta de alongamento, fortalecimento muscular inadequado ou sobrecarga no braço não dominante.

Como tratar e prevenir a Epicondilite Lateral?

O tratamento do cotovelo de tenista costuma começar com medidas conservadoras, como repouso, uso de gelo e anti-inflamatórios prescritos. A fisioterapia desempenha papel fundamental para fortalecer a musculatura do antebraço, recuperar a função e prevenir novas lesões. Em casos mais graves ou persistentes, podem ser necessários infiltrações ou, raramente, cirurgia.

  • Adequação da carga de treino ou trabalho, para evitar repetição excessiva;
  • Realização de alongamentos e fortalecimento muscular específico;
  • Adaptação de equipamentos, como utilização de raquetes ou ferramentas com empunhadura correta;
  • Consulta regular com profissionais da saúde para acompanhamento.

A prevenção também envolve atenção à postura corporal, à técnica durante os exercícios e ao uso de suportes quando indicado. Essas práticas podem reduzir drasticamente a incidência de Epicondilite Lateral.

Como um diagnóstico precoce pode ajudar?

Buscar orientação médica logo no início dos sintomas colabora para um retorno mais rápido às atividades, impedindo que a lesão avance. Com o apoio de avaliação clínica e, em alguns casos, exames de imagem, o diagnóstico da Epicondilite Lateral se torna preciso, possibilitando intervenções eficazes e evitando complicações.

Entender os mecanismos, sintomas e formas de intervenção contribui para uma rotina esportiva ou de trabalho mais saudável, sem limitações impostas pela dor no cotovelo. Assim, seja para quem compete, pratica esportes de lazer ou trabalha com movimentos repetidos, conhecer a Epicondilite Lateral é fundamental para preservar a saúde articular e a qualidade de vida em 2025.

Este artigo foi revisado por: Dra Celia Sandrini

Dra Celia Sandrini

CREFITO 14.700F

Phd em Prevenção de Lesões

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