No ambiente de trabalho, especialmente em profissões que exigem movimentos repetitivos acima da cabeça, como os de pintores e pedreiros, a Tendinite do Manguito Rotador se destaca como uma das principais causas de dor e limitação no ombro. Esse quadro afeta diretamente a qualidade de vida dos profissionais, dificultando atividades rotineiras e até mesmo prejudicando o desempenho laboral. O adequado acompanhamento fisioterapêutico pode ser fundamental para amenizar os sintomas e evitar intervenções mais invasivas.

A inflamação do manguito rotador é resultado do uso excessivo dos músculos e tendões que compõem essa estrutura, responsáveis pela estabilidade e movimentação do ombro. Entre as estratégias de tratamento, a fisioterapia orientada por profissionais especializados tem papel determinante, já que auxilia na restauração das funções articulares, controle da dor e prevenção de lesões futuras.
Tendinite do Manguito Rotador: o que é e quais as causas?
A Tendinite do Manguito Rotador ocorre quando os tendões responsáveis pelo movimento do ombro apresentam inflamação devido ao desgaste progressivo ou sobrecarga funcional. Profissionais que mantêm o braço elevado por períodos prolongados, como ocorre na pintura ou na construção civil, integram o grupo de risco para o desenvolvimento da doença. Fatores como idade avançada, posturas inadequadas e movimentos repetitivos também contribuem para o surgimento desse quadro.
Entre os sintomas mais comuns, destacam-se dor intensa ao levantar o braço, sensação de fraqueza muscular e, em situações mais severas, limitação significativa da mobilidade do ombro. O diagnóstico geralmente é clínico, apoiado por exames de imagem como ultrassonografia ou ressonância magnética, que permitem avaliar a extensão da lesão e orientar o tratamento adequado.
Quais exercícios de fisioterapia ajudam na recuperação?
Uma abordagem conservadora é frequentemente recomendada nos primeiros meses após o diagnóstico da Tendinite do Manguito Rotador. Exercícios de fisioterapia são essenciais nesse processo, pois promovem a reabilitação dos tendões e fortalecem os músculos ao redor do ombro, facilitando o retorno às atividades profissionais e cotidianas.
- Alongamentos: Movimentos leves e controlados que trabalham a amplitude articular, como o alongamento do peitoral e da cápsula posterior, ajudam a reduzir a tensão nos tecidos inflamados.
- Exercícios com faixa elástica: Atividades resistidas utilizando elásticos fortalecem o manguito rotador e estabilizam a escápula sem sobrecarregar as estruturas.
- Fortalecimento isométrico: Esse tipo de exercício ativa o músculo sem movimentar a articulação, auxiliando na manutenção da força muscular durante a fase aguda da lesão.
- Movimentos de rotação externa e interna: Essenciais para o restabelecimento da função normal do ombro, esses exercícios devem ser realizados com orientação profissional para evitar sobrecarga.
O acompanhamento fisioterapêutico deve ser individualizado, considerando as necessidades e limitações de cada paciente. A progressão dos movimentos ocorre de acordo com a resposta do ombro ao tratamento, visando a preservação da função e a prevenção de recaídas.
Como a fisioterapia pode evitar a necessidade de cirurgias?
A adoção precoce de protocolos fisioterapêuticos evidencia resultados positivos em inúmeros casos de tendinite no ombro. Em grande parte das situações, a recuperação total é possível sem procedimentos cirúrgicos. Ao implementar exercícios adequados, técnicas de terapia manual e orientações posturais, o fisioterapeuta contribui para o fortalecimento muscular, redução da dor e restauração da mobilidade.
- Tratamento da inflamação com recursos físicos como ultrassom ou crioterapia.
- Orientação sobre ergonomia no ambiente de trabalho evitando repetição de movimentos lesivos.
- Promoção de hábitos saudáveis, incluindo pausas regulares durante o serviço.
- Educação sobre exercícios domiciliares para manutenção dos resultados obtidos em sessão.
Profissionais de setores como pintura e construção civil podem se beneficiar significativamente dessas intervenções, que favorecem a recuperação e minimizam o risco de afastamentos prolongados ou de complicações mais graves. Ao adotar métodos preventivos, é possível preservar a saúde do ombro e proporcionar maior qualidade de vida aos trabalhadores.
O reconhecimento da Tendinite do Manguito Rotador como um problema ocupacional reforça a importância de estratégias de fisioterapia tanto para reabilitação quanto para prevenção. Ao investir em cuidados especializados e informação, torna-se viável interromper o ciclo de dor e incapacidade, permitindo que profissionais mantenham sua rotina de trabalho com mais segurança e autonomia.
Este artigo foi revisado por:
Dra Celia Sandrini
CREFITO 14.700F
Phd em Prevenção de Lesões
