O aumento do uso de dispositivos móveis entre adolescentes tem chamado atenção para questões posturais, especialmente a Postura cifótica e a hipercifose. Esses quadros, caracterizados pela curvatura acentuada na região torácica da coluna, têm se tornado cada vez mais frequentes. O impacto pode ser observado em jovens que permanecem por longos períodos olhando para telas, inclinando a cabeça e arredondando os ombros.
Nesse contexto, a hipercifose pode acarretar dores nas costas, desconfortos musculares e até dificuldades respiratórias, uma vez que a curvatura exagerada compromete o alinhamento da caixa torácica. Por ser um problema progressivo, a atenção precoce à Postura é fundamental para mitigar complicações futuras.
O que é hipercifose e por que ela afeta tantos adolescentes?
A palavra-chave “hipercifose” designa uma curvatura excessiva da coluna vertebral, especialmente na região torácica. Em adolescentes, a prevalência está relacionada, principalmente, a hábitos cotidianos. Entre as causas mais relatadas estão o uso prolongado de smartphones, tablets e computadores, posições inadequadas para estudar e ausência de atividades físicas regulares. Esse cenário contribui para enfraquecimento dos músculos posturais e desenvolvimento de vícios posturais, tornando a hipercifose cada vez mais frequente.
Nos últimos anos, escolas e profissionais de saúde têm identificado esse problema ainda mais cedo, pois as queixas de dores nas costas, pescoço e ombros não são mais exclusivas de adultos ou idosos. Crianças e adolescentes demonstram, desde cedo, sinais de desalinhamento postural, o que reforça a importância de intervenções educativas e terapêuticas adaptadas à rotina digital.

Como a fisioterapia pode melhorar a Postura cifótica?
A fisioterapia desenvolve um papel essencial na correção da hipercifose em jovens e adultos. O tratamento visa tanto o alívio dos sintomas quanto a reeducação postural, priorizando exercícios que promovam fortalecimento muscular e alongamento das regiões acometidas. Sessões fisioterapêuticas personalizadas incluem orientações sobre ergonomia e posturas corretas em atividades diárias.
- Alongamento da musculatura peitoral: Auxilia a evitar o encurtamento dos músculos da frente do tórax, comum em quem fica muito tempo curvado sobre eletrônicos.
- Fortalecimento do dorso: Exercícios que ativam os músculos das costas ajudam a sustentar a coluna e corrigir o alinhamento.
- Orientações ergonômicas: Ajustes simples no ambiente de estudo ou trabalho colaboram para prevenir vícios posturais.
O sucesso dessas intervenções depende da persistência nos treinos e do apoio da família, principalmente quando o paciente é adolescente. O acompanhamento profissional garante a escolha de técnicas seguras e eficientes, além de monitorar a evolução clínica.
Quais são os principais exercícios de fisioterapia recomendados para hipercifose?
Existem diversos tipos de exercícios e manobras fisioterapêuticas indicados para hipercifose, cada um deles com objetivos específicos. O plano de reabilitação é montado de acordo com a gravidade da curvatura e a idade do paciente. Alguns exemplos de movimentos frequentemente prescritos incluem:
- Prancha isométrica: Trabalha o fortalecimento do core e estabilização da coluna.
- Remada com elástico: Estimula os músculos das costas, essenciais para combater a curvatura.
- Alongamento de gatos e camelos: Melhora a flexibilidade da coluna e auxilia na mobilidade torácica.
- Exercícios de retração da escápula: Corrigem o posicionamento dos ombros e aliviam as tensões musculares.
- Postura de cobra (Bhujangasana): Técnica de alongamento retirada do Yoga, eficiente para abrir o peito e fortalecer o dorso.
Além dos exercícios específicos, os fisioterapeutas orientam também a praticidade de pequenas pausas ao longo do dia, incentivando o movimento e a mudança de posição enquanto se utiliza celulares ou atividades sedentárias.
Como prevenir a hipercifose em adolescentes?
Prevenir a hipercifose entre os mais jovens demanda um trabalho conjunto entre escola, família e profissionais de saúde. A promoção de hábitos posturais saudáveis pode ser feita por meio de campanhas educativas, implantação de práticas de ginástica laboral em ambientes escolares e incentivo à prática de esportes e atividades físicas regulares.
- Organizar momentos de pausa durante o uso de eletrônicos.
- Ajustar cadeiras e mesas à altura correta para estudo e lazer.
- Estimular brincadeiras ao ar livre que favoreçam o desenvolvimento corporal.
- Fomentar o autocuidado, para que os próprios adolescentes aprendam a reconhecer sinais de má Postura.
Com estratégias adaptadas à realidade atual, é possível minimizar significativamente o risco de agravamento desses quadros, promovendo saúde e qualidade de vida.
Este artigo foi revisado por:
Dra Celia Sandrini
CREFITO 14.700F
Phd em Prevenção de Lesões
