A recuperação de pessoas que sofreram um Acidente Vascular Cerebral, mais conhecido como AVC, é um processo que envolve diversas etapas e profissionais da área da saúde. O objetivo principal da reabilitação pós-AVC é promover a máxima independência possível ao paciente, favorecendo o retorno às atividades cotidianas e à melhora da qualidade de vida. Esse processo pode ser complexo, já que o AVC pode ocasionar diferentes sequelas, como dificuldades de movimentação, problemas de fala e alterações cognitivas.

AVC – Créditos: depositphotos.com / HayDmitriy

No Brasil, casos como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que realizou fisioterapia depois de sofrer um AVC em 2023, destacam a importância do tratamento adequado após esse evento. O acompanhamento especializado logo nos primeiros dias pode fazer diferença na evolução do quadro, já que o cérebro tem maior capacidade de reorganização nas primeiras semanas após a lesão.

Como funciona a reabilitação pós-AVC?

O processo de reabilitação após um AVC é adaptado conforme as necessidades de cada pessoa. O tratamento costuma envolver diferentes especialidades, como fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia. Um dos principais focos está na reeducação motora, que busca restaurar funções afetadas como o equilíbrio, a força muscular e a coordenação motora. Em muitos casos, exercícios são realizados para ajudar na recuperação dos movimentos dos braços e das pernas, sempre de maneira progressiva e supervisionada.

Além do aspecto motor, muitos pacientes necessitam também de apoio para reabilitar a capacidade de comunicação, deglutição e cognição. A intervenção interdisciplinar, baseada em protocolos bem definidos, é fundamental para ampliar a efetividade dos resultados. Em algumas situações, o uso de equipamentos adaptados, como bengalas ou cadeiras de rodas, pode ser necessário enquanto a reabilitação avança.

Quais são os principais exercícios usados na fisioterapia pós-AVC?

A fisioterapia voltada para pessoas que sofreram um AVC engloba uma série de exercícios específicos, escolhidos conforme a gravidade das sequelas e as limitações individuais. A seguir, são apresentados alguns exemplos de atividades frequentemente utilizadas no processo de reabilitação:

  • Exercícios passivos: realizados pelo fisioterapeuta, especialmente em pacientes com limitações graves, para evitar rigidez e contraturas.
  • Fortalecimento muscular: atividades que visam recuperar força nos membros afetados.
  • Treinamento de marcha: técnicas que ajudam a restaurar o caminhar, utilizando barras paralelas ou suportes de peso corporal.
  • Exercícios de equilíbrio: fundamentais para prevenir quedas e melhorar a segurança ao se locomover.
  • Alongamentos: importantes para manter a amplitude dos movimentos articulares.

A escolha dos exercícios depende da avaliação do fisioterapeuta e do estágio de recuperação do paciente. O acompanhamento regular ajuda a monitorar o progresso e adaptar as estratégias conforme a resposta individual.

Por que a reabilitação pós-AVC é essencial para a qualidade de vida?

Investir em uma reabilitação adequada após o AVC não apenas permite ganhos motores, mas também contribui para o bem-estar psicológico e social. O isolamento social é um risco comum entre pessoas que ficam com sequelas, e o suporte das equipes multiprofissionais auxilia na reintegração à sociedade, ao trabalho e ao convívio familiar.

Além disso, o tratamento contínuo diminui as chances de complicações, como escaras por imobilidade, infecções respiratórias e depressão. A família e os cuidadores desempenham um papel relevante durante o processo, participando do acompanhamento das atividades diárias, motivando a realização dos exercícios e colaborando para a manutenção das conquistas funcionais.

Como familiares podem colaborar na reabilitação de quem sofreu AVC?

O apoio familiar é considerado um dos pilares do sucesso da reabilitação pós-AVC. Participar das sessões de orientação, realizar adaptações no ambiente doméstico e estimular a autonomia do paciente fazem parte das estratégias recomendadas por especialistas. Algumas formas de colaboração incluem:

  1. Promover um ambiente seguro e livre de obstáculos
  2. Auxiliar na prática dos exercícios prescritos pela equipe médica
  3. Incentivar a participação em atividades sociais e recreativas
  4. Oferecer suporte emocional, evitando superproteção excessiva
  5. Mantendo diálogo constante com os profissionais de saúde

A reabilitação após um Acidente Vascular Cerebral exige tempo, disciplina e acompanhamento especializado, porém, com uma abordagem adequada, é possível alcançar avanços significativos na independência funcional. O fortalecimento do sistema de saúde e o acesso a recursos de fisioterapia são fatores determinantes para o sucesso desse processo.

Este artigo foi revisado por: Dra Celia Sandrini

Dra Celia Sandrini

CREFITO 14.700F

Phd em Prevenção de Lesões

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