A busca por métodos eficazes de recuperação física é constante entre atletas e praticantes de esportes, especialmente diante das lesões ortopédicas comuns que podem afetar tanto amadores quanto profissionais. A Eletroterapia surge como uma opção de tratamento amplamente discutida nas últimas décadas, integrando o arsenal terapêutico das clínicas de fisioterapia esportiva. Essa técnica utiliza correntes elétricas controladas com a finalidade de promover a reabilitação tecidual de maneira segura.

Eletroterapia – Créditos: depositphotos.com / AndrewLozovyi

Nos primeiros momentos após uma lesão, o corpo humano inicia processos inflamatórios, dor e, por vezes, restrição de movimentos nas áreas afetadas. Nesses casos, a Eletroterapia  apresenta-se como alternativa para minimizar sintomas e acelerar o reparo muscular, favorecendo o retorno do atleta às atividades rotineiras. O método se destaca pela versatilidade de aplicações, abrangendo diferentes etapas do processo de reabilitação.

O que é Eletroterapia e como é aplicada em lesões esportivas?

Eletroterapia consiste no uso de equipamentos que emitem correntes elétricas de baixa ou média frequência direcionadas a tecidos lesionados. Adaptando-se às necessidades do paciente, diferentes modalidades — como TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea), FES (Estimulação Elétrica Funcional) e microcorrentes — podem ser selecionadas pelo fisioterapeuta. O objetivo é estimular terminais nervosos, fibras musculares ou áreas de inflamação localizadas, favorecendo respostas biológicas específicas.

O tratamento costuma ser indolor, podendo causar apenas uma leve sensação de formigamento durante sua aplicação. Tais sessões são realizadas sob acompanhamento de um profissional, que ajusta intensidade, frequência e tempo de exposição, de acordo com a gravidade da lesão e a resposta tecidual individual. Vale ressaltar que a indicação de Eletroterapia deve considerar avaliações clínicas detalhadas para garantir a segurança do procedimento.

De que forma a Eletroterapia favorece a recuperação do atleta?

A atuação da Eletroterapia em lesões esportivas pode ser observada em diferentes frentes. Em primeiro lugar, destaca-se o potencial analgésico — as correntes elétricas têm capacidade de modular sinais transmitidos pelas fibras nervosas, reduzindo a sensação de dor. Paralelamente, há evidências de que determinadas frequências promovem o relaxamento da musculatura, auxiliando na diminuição de espasmos e rigidez após traumas.

Outro benefício está associado ao estímulo da circulação sanguínea local. A vasodilatação induzida pela Eletroterapia favorece o aporte de nutrientes e oxigênio para as células, facilitando a reparação dos tecidos danificados. Além disso, modalidades específicas são empregadas para combater edemas, acelerando o processo inflamatório e favorecendo a cicatrização muscular.

  • Alívio da dor — bloqueio de impulsos nervosos relacionados à sensação dolorosa
  • Redução de edemas — otimização do fluxo linfático e sanguíneo
  • Recuperação muscular — estimulação direta de fibras atrofiadas
  • Prevenção de atrofia — manutenção do tônus durante o período de imobilização

Quais lesões esportivas podem se beneficiar da Eletroterapia?

A aplicação da Eletroterapia na recuperação esportiva abrange diferentes tipos de lesões frequentemente observadas em ambientes esportivos. Torções, distensões, contusões, rupturas de ligamentos e lesões tendíneas estão entre os quadros tratados por meio dessa tecnologia. Atletas de alto rendimento, especialmente do futebol, atletismo e modalidades de impacto, encontram na Eletroterapia um complemento relevante à fisioterapia convencional.

Cada tipo de lesão demanda uma abordagem personalizada. No caso de entorses de tornozelo, por exemplo, a Eletroterapia contribui para controlar o inchaço e acelerar a reabilitação, enquanto em quadros de ruptura muscular, os estímulos elétricos são utilizados para ativar fibras e retornar progressivamente ao desempenho pré-lesão. Importante lembrar que a eletroterapia, embora seja útil, raramente é aplicada de forma isolada, sendo parte de protocolos multidisciplinares que incluem exercícios e outras modalidades terapêuticas.

Quais são as principais recomendações e cuidados para o uso da Eletroterapia?

Embora a Eletroterapia seja considerada segura e com baixo risco de efeitos colaterais, existem recomendações que devem ser respeitadas. Antes de iniciar o tratamento, é fundamental que o profissional realize uma avaliação física completa, excluindo contraindicações como presença de marcapasso, feridas abertas, infecções ativas ou gravidez em áreas a serem tratadas.

  1. Avaliação individualizada do atleta
  2. Seleção adequada do tipo de corrente elétrica
  3. Monitoramento de reações adversas
  4. Alinhamento do tratamento com outras formas de fisioterapia
  5. Revisão periódica dos objetivos terapêuticos

A atuação conjunta de profissionais da saúde é fundamental para garantir a segurança do paciente, otimizando os resultados e minimizando o risco de recidivas. Ressalta-se, por fim, que o retorno do atleta ao esporte deve sempre respeitar os limites biológicos do corpo e avaliações detalhadas do quadro clínico, evitando prejuízos funcionais futuros.

Este artigo foi revisado por: Dra Celia Sandrini

Dra Celia Sandrini

CREFITO 14.700F

Phd em Prevenção de Lesões

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