Entre as várias contusões que podem afetar a carreira de jogadores profissionais e amadores, a Lesão de LCA é frequentemente mencionada como uma das mais preocupantes no futebol. Este tipo de acidente é motivo de apreensão nos gramados, uma vez que está relacionado a longos períodos de recuperação e, em casos mais graves, pode até determinar o encerramento precoce da trajetória esportiva de atletas. A gravidade dessa lesão faz com que o Ligamento Cruzado Anterior se torne uma palavra temida entre atletas e profissionais do esporte.

O tema chama atenção não apenas pela frequência com que ocorre, mas pela quantidade de jogadores impactados. Desde as categorias de base até a elite do futebol mundial, a lesão costuma aparecer em situações de mudanças bruscas de direção, saltos ou choques com outros jogadores. Por envolver uma das principais articulações utilizadas durante as partidas, o joelho, o rompimento do LCA exige cuidados específicos e um tratamento criterioso.
O que é o LCA e qual sua função no joelho?
O Ligamento Cruzado Anterior (LCA) faz parte do conjunto de ligamentos intra-articulares do joelho, sendo essencial para a amplitude e estabilidade desse segmento do corpo. Este ligamento atua principalmente na restrição de movimentos inadequados ou excessivos, impedindo que a tíbia se desloque exageradamente para frente em relação ao fêmur. Além disso, o LCA contribui para a proteção das estruturas ósseas e cartilaginosas do joelho durante ações comuns no futebol, como arrancadas, giros e aterrissagens após saltos.
Sem a integridade do LCA, a articulação perde estabilidade e passa a sofrer sobrecarga em outros ligamentos, aumentando as chances de novas lesões e degeneração da cartilagem. Daí a importância de identificar rapidamente qualquer alteração no joelho para reduzir riscos e permitir um tratamento adequado.
Por que a Lesão de LCA é tão comum no futebol?
A Lesão de LCA no futebol se destaca pela natureza dinâmica e de contato da modalidade. Jogadas que exigem mudanças repentinas de direção, desacelerações inesperadas, além de choques com adversários, expõem o ligamento a forças acima do limite suportável. O gramado irregular, tênis inadequado e até o cansaço muscular colaboram para aumentar os riscos durante treinos ou partidas.
Entre os principais fatores de risco para a ruptura do LCA, destacam-se:
- Mudanças súbitas de direção
- Atividades de salto e aterrissagem sem preparo muscular ideal
- Choques diretos no joelho
- Fadiga muscular, que diminui a capacidade de proteção natural
- Piso escorregadio ou gramado pesado
Quais os sintomas e como é feito o diagnóstico de Lesão de LCA?
O rompimento desse ligamento geralmente provoca dor intensa imediatamente após o trauma, acompanhada de sensação de estalo e incapacidade de sustentar o peso na perna afetada. Outro sinal comum é o inchaço rápido, resultado do sangramento intra-articular. Nem sempre a dor persiste, mas a instabilidade no joelho tende a permanecer, dificultando movimentos naturais do atleta.
O diagnóstico é realizado por meio de avaliação clínica, exames físicos específicos e, frequentemente, por exames de imagem, como a ressonância magnética. Esse método permite confirmar a extensão da lesão e identificar possíveis danos associados a meniscos ou outros ligamentos. O diagnóstico preciso é fundamental para orientar a estratégia de tratamento e as perspectivas de retorno ao esporte.
Por que a Lesão de LCApode levar à aposentadoria precoce no futebol?
Apesar dos avanços nos tratamentos, a Lesão de LCA é conhecida por demandar um tempo extenso de recuperação, que pode variar de seis meses a um ano, dependendo do caso e do tipo de intervenção adotada. Além do processo cirúrgico, o período de reabilitação inclui fisioterapia intensa, readaptação muscular e monitoramento rigoroso da resposta ao esforço.
Alguns atletas não conseguem recuperar completamente a estabilidade, a força e a confiança necessárias para atuar em alto nível, contribuindo para a decisão de encerrar a carreira antes do planejado. Outros fatores como reincidência da lesão, dores crônicas e complicações, como artrose precoce, também impactam essa decisão. Diversos atletas que já tiveram destaque nos gramados brasileiros e internacionais passaram por situações semelhantes, marcando a história do futebol.
Como diminuir os riscos e proteger o joelho?
Prevenção é palavra-chave quando o assunto é lesão de ligamento cruzado. Programas de fortalecimento muscular, exercícios de propriocepção e acompanhamento fisioterapêutico são altamente recomendados para atletas de todas as idades e níveis. Algumas orientações contribuem para reduzir o risco de lesão:
- Realizar alongamentos e aquecimento antes dos treinos e jogos
- Investir em treinos específicos para fortalecimento dos músculos ao redor do joelho
- Focar em equilíbrio e coordenação motora
- Usar acessórios adequados para o jogo, como chuteiras específicas e joelheiras
- Respeitar o tempo de descanso e recuperação física
A atenção contínua aos cuidados com o físico, alinhada a uma preparação adequada, reduz significativamente a possibilidade de ocorrências graves. Nos campos de futebol, o foco em medidas preventivas tem contribuído para prolongar a vida útil dos atletas e minimizar os impactos causados pelos temidos problemas no ligamento cruzado anterior.
Este artigo foi revisado por:
Dra Celia Sandrini
CREFITO 14.700F
Phd em Prevenção de Lesões
