Entre praticantes de Natação, as lesões no ombro aparecem com frequência devido à alta demanda imposta a essa articulação durante os treinos e competições. Esses problemas acometem nadadores de diferentes faixas etárias e níveis de experiência, tornando crucial o entendimento das melhores abordagens para prevenção e reabilitação. A fisioterapia figura entre as principais aliadas no processo de recuperação, utilizando métodos específicos para fortalecer, estabilizar e devolver a funcionalidade ao ombro.
O contexto da natação envolve movimentos repetitivos, especialmente nas provas de estilo crawl, borboleta e costas. Assim, torna-se comum o surgimento de distúrbios como o impacto subacromial, tendinites e bursites. A busca por exercícios eficazes para tratar essas lesões ganha relevância não só para quem já apresenta sintomas, mas também para aqueles que desejam evitar quadros reincidentes ou crônicos no ombro.
Como a fisioterapia auxilia na recuperação da lesão no ombro do nadador?
O papel da fisioterapia é realizar uma avaliação detalhada, identificando possíveis déficits de força, instabilidade e desequilíbrios musculares. Com base nisso, o fisioterapeuta elabora protocolos de exercícios voltados para o restabelecimento da mobilidade, fortalecimento e estabilização. O foco está em promover o equilíbrio entre grupos musculares envolvidos nos movimentos da natação e reduzir sobrecargas nas estruturas acometidas.
O recondicionamento costuma envolver atividades que respeitam a dor, progredindo gradualmente nos níveis de exigência. O trabalho fisioterapêutico inclui não só exercícios localizados, mas também orientações para ajustes na técnica do nado e sugestões de adaptações temporárias no treinamento. O objetivo final é proporcionar ao nadador retorno seguro às atividades, minimizando o risco de recidiva da lesão no ombro.
Quais são os exercícios mais indicados para tratar lesão no ombro de nadadores?
Entre as estratégias de reabilitação, destacam-se exercícios específicos que favorecem tanto o fortalecimento quanto a flexibilidade do ombro. O fortalecimento da musculatura do manguito rotador é prioritário, já que esses músculos são responsáveis pela estabilização da articulação durante o ciclo de braçada. Alongamentos também recebem atenção especial para preservar a amplitude dos movimentos.
- Rotação externa com elástico: Contribui para fortalecer os músculos posteriores do ombro, fundamentais para manter a estabilidade.
- Rotação interna com elástico: Importante para estimular a musculatura envolvida nas fases propulsoras do nado.
- Elevação lateral e frontal (leve resistência): Auxilia no ganho de força dos deltoides, sem sobrecarregar a articulação lesionada.
- Alongamentos do peitoral e dos músculos posteriores do ombro: Mantêm a flexibilidade, reduzindo a tensão nas estruturas acometidas.
O fisioterapeuta pode utilizar também técnicas de liberação miofascial, eletroterapia e reeducação postural global, sempre ajustando os protocolos às necessidades individuais. A orientação profissional é essencial para garantir que a execução dos exercícios ocorra de forma segura, respeitando as limitações impostas pela dor e pelo estágio da recuperação.
O que pode ser feito para prevenir lesão no ombro de nadadores?
A prevenção permanece como uma das maiores aliadas para garantir a longevidade esportiva dos nadadores. Uma rotina de fortalecimento muscular, aliada a um bom trabalho de flexibilidade e postural, reduz consideravelmente as chances de sobrecarga no ombro. A execução correta dos gestos do nado, acompanhada por treinadores atentos, previne erros técnicos que favorecem o surgimento de lesões.
- Realizar séries de aquecimento dinâmico antes dos treinos.
- Manter um programa regular de fortalecimento do tronco (core) e do manguito rotador.
- Realizar alongamentos específicos para o ombro e o peitoral após os treinos.
- Investir em avaliações fisioterapêuticas periódicas para identificação precoce de desequilíbrios.
- Respeitar sinais de dor e evitar treinos extenuantes durante períodos de fadiga.
A atenção ao ombro do nadador demanda cuidado contínuo, tanto nos processos de reabilitação quanto em estratégias preventivas. O acompanhamento fisioterapêutico, aliado a treinamentos bem estruturados e ao respeito pelos limites corporais, representa o caminho mais seguro para a saúde articular daqueles que praticam a natação regularmente. Ao priorizar tais medidas, o atleta reduz significativamente os riscos de afastamento das piscinas por motivos de lesão.
Este artigo foi revisado por:
Dra Celia Sandrini
CREFITO 14.700F
Phd em Prevenção de Lesões
