A Síndrome do impacto do ombro é uma condição que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, principalmente atletas ou indivíduos que realizam movimentos repetitivos com o braço elevado. No Brasil, a procura por informações sobre o tratamento fisioterapêutico desta lesão aumentou nos últimos anos, especialmente após relatos de esportistas como Serena Williams enfrentando o problema.

Serena Williams – Créditos: depositphotos.com / ProShooter

Caracterizada por dor, desconforto e limitação dos movimentos do ombro, essa síndrome pode comprometer não apenas o desempenho esportivo, mas também tarefas básicas do dia a dia. Conhecer as principais causas, opções de tratamento e maneiras de prevenção pode ajudar quem busca alívio ou pretende evitar o surgimento do problema.

O que é a Síndrome do impacto do ombro?

A Síndrome do impacto do ombro ocorre quando estruturas presentes na articulação acromioclavicular, como o tendão do manguito rotador, sofrem compressão durante o movimento. Isso geralmente acontece ao levantar o braço acima da cabeça repetidamente, seja durante práticas esportivas, trabalho ou até mesmo em casa. A evolução desse quadro pode resultar em inflamação, lesões nos tendões e bursite.

Os principais sintomas incluem dor ao elevar o braço, dificuldade para realizar gestos simples, redução da força e sensação de estalido na articulação. Em casos mais graves, a limitação dos movimentos pode impactar diretamente a rotina da pessoa afetada.

Quais são as principais causas e fatores de risco?

Dentre os fatores associados ao desenvolvimento da Síndrome do impacto do ombro, destacam-se:

  • Movimentos repetitivos: Atividades que exigem esforço recorrente acima da linha dos ombros são uma das principais causas, especialmente em esportes como tênis, vôlei e natação;
  • Desequilíbrios musculares: Falta de fortalecimento ou alongamento dos músculos do ombro e da escápula pode provocar alterações na biomecânica;
  • Idade avançada: Com o passar dos anos, as estruturas tendinosas tornam-se mais suscetíveis a inflamações;
  • Má postura: Trabalhar ou se exercitar sem atenção à postura adequada eleva o risco de sobrecarga da articulação;
  • Histórico de lesão: Indivíduos que já sofreram traumas na região podem desenvolver o problema mais facilmente.

Pessoas que atuam como pintores, professores de educação física, atletas de elite ou frequentadores de academias estão mais expostos a esse tipo de lesão, sendo fundamental identificar e corrigir hábitos de risco desde o início.

Síndrome do impacto do ombro: como é feito o tratamento fisioterapêutico?

A fisioterapia para Síndrome do impacto do ombro é amplamente recomendada por especialistas em reabilitação funcional. O objetivo principal é aliviar a dor, restaurar a mobilidade, fortalecer o manguito rotador e corrigir possíveis desequilíbrios musculares.

  1. Avaliação individualizada: O fisioterapeuta realiza exames clínicos para identificar limitações e determinar as estruturas comprometidas.
  2. Técnicas de alívio da dor: Recursos como gelo, calor, ultrassom e eletroterapia podem ser utilizados nas fases iniciais para reduzir a inflamação.
  3. Exercícios de mobilidade: Movimentos controlados com amplitude gradual ajudam a devolver a funcionalidade da articulação.
  4. Fortalecimento muscular: Séries de exercícios específicos para o ombro e para os músculos estabilizadores da escápula são essenciais para evitar recidivas.
  5. Correção postural: Orientações para manter postura adequada durante o trabalho e as atividades físicas fazem parte do processo de recuperação.

O acompanhamento contínuo com o fisioterapeuta é importante para garantir que o paciente progrida sem sobrecarregar a região lesionada. Além disso, a adaptação das atividades de rotina pode acelerar a recuperação.

Há como prevenir o impacto de ombro?

A prevenção da Síndrome do impacto do ombro está ao alcance de todos, especialmente de quem realiza atividades com risco aumentado. Algumas medidas simples podem fazer a diferença:

  • Incluir exercícios de fortalecimento do manguito rotador e da musculatura da escápula na rotina de treinos;
  • Manter alongamento adequado para preservar a amplitude dos movimentos;
  • Evitar movimentos repetitivos acima da cabeça sem intervalos ou preparo físico adequado;
  • Prestar atenção à ergonomia no trabalho e ajustar a altura de objetos frequentemente utilizados;
  • Buscar orientação de profissionais de saúde ao notar qualquer sintoma, evitando automedicação ou postergar o início do tratamento.

Profissões e esportes que demandam esforço físico intenso devem incluir avaliações preventivas para identificar possíveis alterações desde cedo, reduzindo a incidência de lesões nesta região do corpo.

A Síndrome do impacto do ombro pode ser tratada com sucesso quando diagnosticada precocemente e acompanhada por um plano fisioterapêutico bem estruturado. A adoção de hábitos saudáveis e o respeito às orientações clínicas contribuem para manter a qualidade de vida e o desempenho nas atividades diárias.

Este artigo foi revisado por: Dra Celia Sandrini

Dra Celia Sandrini

CREFITO 14.700F

Phd em Prevenção de Lesões

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