É angustiante ver quem a gente ama perder o brilho nos olhos por causa da dor. Se você tem um pai, mãe ou avô em casa que evita levantar da poltrona, reclama ao descer degraus ou diz que o joelho “trava” nos dias frios de Curitiba, você conhece essa rotina.
Muitas famílias caem no erro de achar que a única solução é aumentar a dose do anti-inflamatório ou simplesmente aceitar que “é a velhice”. Mas a verdade, defendida por especialistas em geriatria, é diferente: o remédio tira a dor momentânea, mas não resolve o problema mecânico.
Para devolver a segurança ao caminhar, a solução passa pelo movimento inteligente.
O ciclo vicioso do repouso e da dor
Quando o joelho dói devido à artrose (desgaste da cartilagem), a reação instintiva do idoso é ficar parado. “Se eu andar, vai doer”, ele pensa. Porém, esse repouso excessivo é o maior inimigo da articulação.

Funciona assim:
- O idoso sente dor e para de se mexer.
- A musculatura da coxa e do quadril enfraquece por falta de uso.
- Sem músculos fortes para absorver o impacto, todo o peso do corpo cai direto sobre o osso e a cartilagem gasta.
- A dor aumenta, e o idoso se movimenta ainda menos.
Quebrar esse ciclo é o primeiro objetivo da fisioterapia especializada. Precisamos mostrar ao corpo que ele pode se sustentar sem “esmagar” o joelho.
Em nossa clínica, utilizamos exercícios controlados, sem impacto, desenhados para fortalecer especificamente o quadríceps (músculo da frente da coxa) e os glúteos. Quando esses músculos ficam fortes, eles agem como um “amortecedor natural”, reduzindo drasticamente a pressão dentro do joelho desgastado.
Ganhos reais no dia a dia
O objetivo do tratamento não é transformar seu pai em um atleta olímpico, mas sim devolver a vida normal que a dor roubou.
Para um idoso que mora em bairros como Cabral, Juvevê ou Bacacheri, a reabilitação significa:
- Vencer as calçadas: Ter firmeza para caminhar até a padaria ou farmácia sem medo de falsear a perna nas calçadas de petit-pavé.
- Enfrentar o clima: Manter a articulação lubrificada e móvel, diminuindo aquela rigidez matinal típica dos invernos curitibanos.
- Independência em casa: Conseguir levantar do vaso sanitário ou sair da cama sem precisar chamar ajuda.

Por que não esperar “piorar” para começar?
A artrose é uma condição progressiva, mas a perda de função não precisa ser. Esperar o idoso perder a capacidade de andar para iniciar a fisioterapia torna o processo mais longo e difícil.
Quanto antes iniciarmos o fortalecimento e o trabalho de equilíbrio, maiores as chances de evitar cirurgias complexas (como próteses) e, principalmente, de manter o idoso ativo socialmente, frequentando a família e seus locais preferidos.
Este artigo foi revisado por:
Dra Celia Sandrini
CREFITO 14.700F
Phd em Prevenção de Lesões




