É angustiante ver quem a gente ama perder o brilho nos olhos por causa da dor. Se você tem um pai, mãe ou avô em casa que evita levantar da poltrona, reclama ao descer degraus ou diz que o joelho “trava” nos dias frios de Curitiba, você conhece essa rotina.

Muitas famílias caem no erro de achar que a única solução é aumentar a dose do anti-inflamatório ou simplesmente aceitar que “é a velhice”. Mas a verdade, defendida por especialistas em geriatria, é diferente: o remédio tira a dor momentânea, mas não resolve o problema mecânico.

Para devolver a segurança ao caminhar, a solução passa pelo movimento inteligente.

O ciclo vicioso do repouso e da dor

Quando o joelho dói devido à artrose (desgaste da cartilagem), a reação instintiva do idoso é ficar parado. “Se eu andar, vai doer”, ele pensa. Porém, esse repouso excessivo é o maior inimigo da articulação.

Dor no joelho
Conceito de homem com dor no joelho – Créditos: depositphotos.com / CLIPAREA

Funciona assim:

  1. O idoso sente dor e para de se mexer.
  2. A musculatura da coxa e do quadril enfraquece por falta de uso.
  3. Sem músculos fortes para absorver o impacto, todo o peso do corpo cai direto sobre o osso e a cartilagem gasta.
  4. A dor aumenta, e o idoso se movimenta ainda menos.

Quebrar esse ciclo é o primeiro objetivo da fisioterapia especializada. Precisamos mostrar ao corpo que ele pode se sustentar sem “esmagar” o joelho.

Em nossa clínica, utilizamos exercícios controlados, sem impacto, desenhados para fortalecer especificamente o quadríceps (músculo da frente da coxa) e os glúteos. Quando esses músculos ficam fortes, eles agem como um “amortecedor natural”, reduzindo drasticamente a pressão dentro do joelho desgastado.

Ganhos reais no dia a dia

O objetivo do tratamento não é transformar seu pai em um atleta olímpico, mas sim devolver a vida normal que a dor roubou.

Para um idoso que mora em bairros como Cabral, Juvevê ou Bacacheri, a reabilitação significa:

  • Vencer as calçadas: Ter firmeza para caminhar até a padaria ou farmácia sem medo de falsear a perna nas calçadas de petit-pavé.
  • Enfrentar o clima: Manter a articulação lubrificada e móvel, diminuindo aquela rigidez matinal típica dos invernos curitibanos.
  • Independência em casa: Conseguir levantar do vaso sanitário ou sair da cama sem precisar chamar ajuda.
Mulher ajudando idoso com exercícios fisioterapêuticos
Mulher ajudando idoso com exercícios fisioterapêuticos

Por que não esperar “piorar” para começar?

A artrose é uma condição progressiva, mas a perda de função não precisa ser. Esperar o idoso perder a capacidade de andar para iniciar a fisioterapia torna o processo mais longo e difícil.

Quanto antes iniciarmos o fortalecimento e o trabalho de equilíbrio, maiores as chances de evitar cirurgias complexas (como próteses) e, principalmente, de manter o idoso ativo socialmente, frequentando a família e seus locais preferidos.

Este artigo foi revisado por: Dra Celia Sandrini

Dra Celia Sandrini

CREFITO 14.700F

Phd em Prevenção de Lesões

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