A Tendinite de Quervain tem se tornado um tema cada vez mais presente na rotina de pessoas que realizam movimentos repetitivos com as mãos e punhos. Conhecida também como tenossinovite de De Quervain, essa condição é caracterizada pela inflamação dos tendões localizados na região lateral do punho. Mães que carregam bebês frequentemente figuram entre os principais exemplos de pacientes acometidos pelo problema.

Esse quadro doloroso costuma afetar sobretudo adultos entre 25 e 50 anos, interferindo nas tarefas diárias devido à limitação do movimento e sensibilidade local. Identificar corretamente os sinais e buscar métodos adequados de tratamento são passos essenciais para evitar complicações e garantir melhor qualidade de vida.
O que é Tendinite de Quervain?
A Tendinite de Quervain consiste em uma inflamação dos tendões abductor longo e extensor curto do polegar, que passam pela lateral do punho. O processo inflamatório provoca dor persistente, inchaço e dificuldades para realizar movimentos simples, como segurar objetos ou erguer crianças no colo. Entre os principais fatores associados ao surgimento do problema estão movimentos repetitivos, excesso de esforço físico e posturas inadequadas por períodos prolongados.
Atividades do dia a dia como digitação, cuidar de crianças no colo, trabalhos manuais e algumas práticas esportivas podem elevar o risco dessa tendinopatia. Além das mães que precisam segurar bebês repetidamente, profissionais de escritórios, músicos e esportistas também estão suscetíveis ao distúrbio.
Quais são os principais sintomas e como é feito o diagnóstico?
Os sintomas mais comuns da Tendinite de Quervain incluem dor na face lateral do punho, perto da base do polegar, principalmente durante os movimentos de pinça e preensão. Muitas pessoas também relatam sensação de queimação local, sensação de estalos e até edema na região afetada.
- Dor ao movimentar o polegar ou o punho
- Inchaço ou espessamento perceptível na lateral do punho
- Dificuldade para segurar objetos ou realizar movimentos de torção
- Sensação de dormência ou formigamento próximo ao polegar
O diagnóstico é realizado por meio de exame clínico, onde o profissional de saúde avalia dor à palpação e realiza o teste de Finkelstein, bastante utilizado na detecção dessa condição. Em situações específicas, exames de imagem como ultrassonografia podem ser úteis para confirmar o quadro ou afastar outras hipóteses.
Tendinite de Quervain: como a fisioterapia manual pode ajudar?
A fisioterapia manual é considerada uma das abordagens mais eficazes para a reabilitação da Tendinite de Quervain. Ela se baseia em técnicas específicas de mobilização, alongamento e liberação dos tecidos afetados, com o objetivo de reduzir inflamação, restabelecer a flexibilidade e aliviar a dor.
Entre os métodos frequentemente utilizados estão:
- Alongamentos orientados: Promovem a flexibilidade tendínea e diminuem a tensão local.
- Massagens terapêuticas: Auxiliam na circulação sanguínea e recuperação tecidual.
- Mobilizações articulares: Restauram o movimento e diminuem a sobrecarga no polegar.
- Exercícios de fortalecimento progressivo: Orientados conforme a evolução da dor e capacidade funcional.
Também pode-se fazer uso de recursos complementares, como bandagens elásticas, ultrassom terapêutico e orientações ergonômicas para evitar recaídas. A associação dessas técnicas permite acelerar a cicatrização dos tecidos e proporciona mais autonomia ao paciente.
Exercícios de fisioterapia indicados para quem sofre com a Tendinite de Quervain?
Além do atendimento em consultório, a prática regular de exercícios simples pode ser indicada para auxiliar na recuperação e prevenção de recidivas. Dentre os exemplos mais prescritos por fisioterapeutas, destacam-se:
- Alongamento do polegar: Segurando suavemente o polegar e puxando-o em direção oposta à palma da mão.
- Exercícios de mobilidade do punho, movimentando a mão para cima e para baixo com amplitude controlada.
- Fortalecimento isométrico, pressionando o polegar contra a palma sem movimento do punho.
- Uso regular de compressas frias para amenizar o processo inflamatório nos momentos de crise.
É importante ressaltar que todas as orientações devem ser passadas por um profissional capacitado, de acordo com o estágio da inflamação e histórico clínico do paciente.
Que cuidados auxiliam na prevenção e recuperação?
Algumas medidas podem contribuir tanto para evitar o surgimento da Tendinite de Quervain quanto para promover uma recuperação mais eficiente. Entre os principais cuidados estão:
- Adotar pausas ao realizar movimentos repetitivos com as mãos
- Utilizar suportes ergonômicos ao carregar pesos
- Ajustar a postura durante tarefas domésticas e profissionais
- Buscar auxílio ao perceber sintomas iniciais de dor ou desconforto
Mudar pequenos hábitos pode ser determinante para preservar a saúde dos tendões. Em 2025, a atenção a esses detalhes permanece fundamental, especialmente em grupos de maior risco, como mães e cuidadores de crianças pequenas.
Bons resultados no tratamento da Tendinite de Quervain dependem do diagnóstico precoce e do acompanhamento fisioterapêutico contínuo. Sem aderir a cuidados pós-recuperação, existe a chance de recorrência, tornando essencial o compromisso com práticas saudáveis para manter a funcionalidade do punho.
Este artigo foi revisado por:
Dra Celia Sandrini
CREFITO 14.700F
Phd em Prevenção de Lesões
