A Tendinite de Quervain tem se tornado um tema cada vez mais presente na rotina de pessoas que realizam movimentos repetitivos com as mãos e punhos. Conhecida também como tenossinovite de De Quervain, essa condição é caracterizada pela inflamação dos tendões localizados na região lateral do punho. Mães que carregam bebês frequentemente figuram entre os principais exemplos de pacientes acometidos pelo problema.

Tendinite de Quervain – Créditos: depositphotos.com / mynoemy

Esse quadro doloroso costuma afetar sobretudo adultos entre 25 e 50 anos, interferindo nas tarefas diárias devido à limitação do movimento e sensibilidade local. Identificar corretamente os sinais e buscar métodos adequados de tratamento são passos essenciais para evitar complicações e garantir melhor qualidade de vida.

O que é Tendinite de Quervain?

A Tendinite de Quervain consiste em uma inflamação dos tendões abductor longo e extensor curto do polegar, que passam pela lateral do punho. O processo inflamatório provoca dor persistente, inchaço e dificuldades para realizar movimentos simples, como segurar objetos ou erguer crianças no colo. Entre os principais fatores associados ao surgimento do problema estão movimentos repetitivos, excesso de esforço físico e posturas inadequadas por períodos prolongados.

Atividades do dia a dia como digitação, cuidar de crianças no colo, trabalhos manuais e algumas práticas esportivas podem elevar o risco dessa tendinopatia. Além das mães que precisam segurar bebês repetidamente, profissionais de escritórios, músicos e esportistas também estão suscetíveis ao distúrbio.

Quais são os principais sintomas e como é feito o diagnóstico?

Os sintomas mais comuns da Tendinite de Quervain incluem dor na face lateral do punho, perto da base do polegar, principalmente durante os movimentos de pinça e preensão. Muitas pessoas também relatam sensação de queimação local, sensação de estalos e até edema na região afetada.

  • Dor ao movimentar o polegar ou o punho
  • Inchaço ou espessamento perceptível na lateral do punho
  • Dificuldade para segurar objetos ou realizar movimentos de torção
  • Sensação de dormência ou formigamento próximo ao polegar

O diagnóstico é realizado por meio de exame clínico, onde o profissional de saúde avalia dor à palpação e realiza o teste de Finkelstein, bastante utilizado na detecção dessa condição. Em situações específicas, exames de imagem como ultrassonografia podem ser úteis para confirmar o quadro ou afastar outras hipóteses.

Tendinite de Quervain: como a fisioterapia manual pode ajudar?

A fisioterapia manual é considerada uma das abordagens mais eficazes para a reabilitação da Tendinite de Quervain. Ela se baseia em técnicas específicas de mobilização, alongamento e liberação dos tecidos afetados, com o objetivo de reduzir inflamação, restabelecer a flexibilidade e aliviar a dor.

Entre os métodos frequentemente utilizados estão:

  1. Alongamentos orientados: Promovem a flexibilidade tendínea e diminuem a tensão local.
  2. Massagens terapêuticas: Auxiliam na circulação sanguínea e recuperação tecidual.
  3. Mobilizações articulares: Restauram o movimento e diminuem a sobrecarga no polegar.
  4. Exercícios de fortalecimento progressivo: Orientados conforme a evolução da dor e capacidade funcional.

Também pode-se fazer uso de recursos complementares, como bandagens elásticas, ultrassom terapêutico e orientações ergonômicas para evitar recaídas. A associação dessas técnicas permite acelerar a cicatrização dos tecidos e proporciona mais autonomia ao paciente.

Exercícios de fisioterapia indicados para quem sofre com a Tendinite de Quervain?

Além do atendimento em consultório, a prática regular de exercícios simples pode ser indicada para auxiliar na recuperação e prevenção de recidivas. Dentre os exemplos mais prescritos por fisioterapeutas, destacam-se:

  • Alongamento do polegar: Segurando suavemente o polegar e puxando-o em direção oposta à palma da mão.
  • Exercícios de mobilidade do punho, movimentando a mão para cima e para baixo com amplitude controlada.
  • Fortalecimento isométrico, pressionando o polegar contra a palma sem movimento do punho.
  • Uso regular de compressas frias para amenizar o processo inflamatório nos momentos de crise.

É importante ressaltar que todas as orientações devem ser passadas por um profissional capacitado, de acordo com o estágio da inflamação e histórico clínico do paciente.

Que cuidados auxiliam na prevenção e recuperação?

Algumas medidas podem contribuir tanto para evitar o surgimento da Tendinite de Quervain quanto para promover uma recuperação mais eficiente. Entre os principais cuidados estão:

  • Adotar pausas ao realizar movimentos repetitivos com as mãos
  • Utilizar suportes ergonômicos ao carregar pesos
  • Ajustar a postura durante tarefas domésticas e profissionais
  • Buscar auxílio ao perceber sintomas iniciais de dor ou desconforto

Mudar pequenos hábitos pode ser determinante para preservar a saúde dos tendões. Em 2025, a atenção a esses detalhes permanece fundamental, especialmente em grupos de maior risco, como mães e cuidadores de crianças pequenas.

Bons resultados no tratamento da Tendinite de Quervain dependem do diagnóstico precoce e do acompanhamento fisioterapêutico contínuo. Sem aderir a cuidados pós-recuperação, existe a chance de recorrência, tornando essencial o compromisso com práticas saudáveis para manter a funcionalidade do punho.

Este artigo foi revisado por: Dra Celia Sandrini

Dra Celia Sandrini

CREFITO 14.700F

Phd em Prevenção de Lesões

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