Entre as complicações mais temidas pelos atletas de futebol, a Lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) se destaca pela gravidade e pelo tempo de afastamento requerido. O rompimento desse ligamento, localizado no joelho, impacta diretamente o desempenho esportivo, exigindo intervenções médicas avançadas e processo de reabilitação prolongado. Casos envolvendo jogadores conhecidos, como Neymar em 2018, trouxeram maior visibilidade ao tema, impulsionando discussões sobre prevenção, tratamento e fisioterapia pós-cirúrgica.

O retorno ao esporte após uma ruptura de LCA envolve etapas rigorosas que precisam ser respeitadas para garantir segurança e minimizar riscos de uma nova lesão. Especialistas destacam a importância de protocolos individualizados, levando em conta não apenas as necessidades físicas do atleta, mas também aspectos psicológicos que podem influenciar todo o processo de recuperação.
Como ocorre a lesão do ligamento cruzado anterior?
A ruptura do ligamento cruzado anterior acontece frequentemente durante movimentações bruscas com mudança de direção, aterrissagens inadequadas ou colisões diretas no joelho. Em jogos de futebol, jogadas caracterizadas por dribles, giros repentinos e disputas de bola estão entre as principais causas desse tipo de lesão. O LCA é fundamental para dar estabilidade à articulação do joelho, especialmente durante ações rápidas e de alto impacto, características comuns no futebol profissional.
Recuperação de Lesão de LCA: quais etapas envolvem a fisioterapia pós-cirurgia?
O tratamento mais comum após a ruptura do LCA é o procedimento cirúrgico para reconstrução do ligamento. A reabilitação inicia-se logo nos primeiros dias do pós-operatório, focando inicialmente no controle da dor e do inchaço. À medida que o tempo avança, o trabalho fisioterapêutico evolui para exercícios que restauram a amplitude de movimento, fortalecimento muscular e propriocepção.
- Controle inicial: redução do inchaço e alívio da dor utilizam recursos como gelo, compressão e medicação adequada.
- Recuperação funcional: exercícios leves para readaptar a articulação e restauração do movimento.
- Fortalecimento progressivo: gradualmente, os músculos da coxa, panturrilha e quadril são trabalhados para restabelecer a força e prevenir novas lesões.
- Reintegração ao esporte: simulações de movimentos específicos do futebol são realizadas, respeitando sempre a evolução individual.
Esse planejamento é ajustado frequentemente, pois cada atleta responde ao tratamento de maneira diferente. O acompanhamento com fisioterapeutas especializados faz toda a diferença na recuperação do jogador.
Como é possível voltar a jogar após a ruptura do ligamento cruzado anterior?
Retornar aos gramados após uma lesão no LCA depende de uma série de avaliações clínicas e funcionais. Antes de liberar o atleta para treinos completos, médicos do esporte analisam fatores como estabilidade do joelho, força muscular e habilidade de executar movimentos típicos do futebol, como mudanças rápidas de direção e saltos. Testes funcionais ajudam a verificar a segurança para retomar as atividades competitivas.
- Avaliação da cicatrização do enxerto e capacidade de suportar impactos.
- Monitoramento do ganho de força e da mobilidade do joelho operado.
- Testes de equilíbrio e coordenação para simular situações de jogo.
- Liberação gradual para atividades esportivas, iniciando por treinos leves até jogos oficiais.
É fundamental respeitar o tempo de recuperação, que pode variar entre seis meses e um ano, dependendo de fatores como intensidade da lesão e resposta individual ao tratamento. Além disso, a preparação psicológica é essencial, pois o medo de uma nova lesão pode interferir no desempenho em campo. O trabalho multidisciplinar, envolvendo médicos, fisioterapeutas e psicólogos, é fundamental para que o atleta volte ao seu melhor nível.
O caso de Neymar, assim como de outros profissionais do futebol que passaram por ruptura do LCA, evidencia a complexidade do processo de recuperação e a importância do acompanhamento especializado. Com a combinação adequada de cirurgia, fisioterapia específica e retorno gradual às atividades, as chances de retomar o desempenho pré-lesão são consideravelmente elevadas.
Este artigo foi revisado por:
Dra Celia Sandrini
CREFITO 14.700F
Phd em Prevenção de Lesões
