Nos últimos anos, a incidência de lesões envolvendo o Tendão de Aquiles passou a gerar preocupação especial entre atletas amadores e profissionais. Em esportes como corrida e vôlei, observa-se um crescimento no número de pessoas que procuram atendimento fisioterapêutico devido a desconfortos ou dores localizadas nesta região. O impacto causado por saltos repetitivos ou pelo aumento de intensidade nos treinos pode ser um dos principais gatilhos para o desenvolvimento da chamada tendinopatia de Aquiles.

Segundo especialistas da área da fisioterapia, a tendinopatia ocorre quando há sobrecarga ou microlesões no tecido do tendão, provocando dor, rigidez e, em quadros crônicos, até perda de função. Jogadoras de vôlei, por exemplo, são frequentemente afetadas em virtude das exigências das partidas, assim como corredores durante o período de preparação para provas de longa distância. Nesses grupos, a recuperação adequada se mostra fundamental para garantir desempenho e evitar recorrências.

O que é a tendinopatia de Aquiles e quais são suas causas?

O termo tendinopatia de Aquiles refere-se a alterações dolorosas que acometem o Tendão de Aquiles, estrutura que conecta os músculos da panturrilha ao osso do calcanhar. Esse quadro pode ser desencadeado por diferentes fatores, incluindo aumento abrupto de carga nos treinos, biomecânica inadequada dos movimentos e uso de calçados impróprios. Além disso, a falta de preparo muscular ou o excesso de atividades repetitivas pode favorecer a lesão. Muitos atletas relatam agravamento dos sintomas ao iniciar atividades matinais ou após longos períodos de repouso.

Tendão de Aquiles – Créditos: depositphotos.com / AndrewLozovyi

Tendinite de Aquiles: como a fisioterapia contribui para o tratamento?

O papel do fisioterapeuta é indispensável na reabilitação da tendinite de Aquiles tanto para atletas profissionais quanto para quem pratica esportes de forma recreativa. O processo de tratamento envolve, em geral, avaliação detalhada da marcha, testes de força e flexibilidade, além da análise de possíveis desequilíbrios em outros segmentos do corpo. As técnicas de fisioterapia mais comuns incluem:

  • Exercícios excêntricos: fundamentais para estimular a reparação do tendão.
  • Alongamentos direcionados: ajudam na manutenção da flexibilidade dos músculos da panturrilha.
  • Recursos eletrotermofototerápicos, como laser e ultrassom, podem ser indicados para diminuir a dor.
  • Técnicas manuais e de liberação miofascial: contribuem para melhorar a circulação e reduzir aderências.

No contexto esportivo, é comum que os profissionais adaptem o programa de treino, focando no controle de carga e na reinserção gradual do atleta à rotina de treinos após o tratamento.

Como prevenir lesão no Tendão de Aquiles na prática esportiva?

Diversas estratégias podem ser adotadas por corredores e jogadoras de vôlei para prevenir o surgimento dessa lesão tão temida. Entre as recomendações destacam-se:

  1. Aumento progressivo da intensidade e volume dos treinos, evitando mudanças bruscas na rotina.
  2. Fortalecimento da musculatura da panturrilha através de exercícios específicos orientados por profissionais qualificados.
  3. Uso de calçados adequados que garantam absorção de impacto e suporte ao arco do pé.
  4. Atenção à técnica de corrida ou salto, corrigindo movimentos compensatórios que possam sobrecarregar o tendão.
  5. Inserção de intervalos de descanso suficientes entre as sessões de treinamento.

A orientação fisioterapêutica também auxilia no desenvolvimento de estratégias personalizadas, considerando as características individuais e exigências do esporte praticado.

Por que a tendinopatia de Aquiles afeta tanto corredores e jogadoras de vôlei?

O histórico de lesões demonstra que certos esportes promovem sobrecargas repetidas, especialmente nos membros inferiores. Em corredores, o impacto constante em asfalto ou terrenos irregulares é considerado um dos fatores de risco mais relevantes. No vôlei, o número de impulsões e aterrissagens durante o jogo gera estresse contínuo no Tendão de Aquiles. A soma desses fatores torna essas modalidades mais propensas ao surgimento das tendinopatias, exigindo atenção redobrada por parte das equipes de acompanhamento e prevenção.

O monitoramento atento dos sintomas, a busca rápida por orientação especializada e a adesão a um protocolo adequado de prevenção são considerados passos fundamentais para garantir a saúde do Tendão de Aquiles, protegendo o desempenho e a longevidade dos praticantes dessas modalidades esportivas. Ao reconhecer a importância do autocuidado e do suporte profissional, é possível reduzir significativamente o impacto dessas lesões no cenário esportivo em 2025.

Este artigo foi revisado por: Dra Celia Sandrini

Dra Celia Sandrini

CREFITO 14.700F

Phd em Prevenção de Lesões

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